quinta-feira, 11 de setembro de 2008

ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E DOENÇA DE ALZHEIMER


ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E DOENÇA DE ALZHEIMER


mundo vem enfrentando um envelhecimento progressivo de sua população.
Em 1950, havia 214 milhões de pessoas com 60 anos ou mais e as estimativas indicam que serão 1 bilhão em 2025.
Esperança de Vida ao Nascer 1985-2001


O Brasil, a exemplo de outros países, enfrenta o mesmo fenômeno. A população brasileira envelhece rapidamente.


A distribuição da população de 60 anos ou mais também demonstra uma queda na percentagem da fração de 60 a 64 anos e acentuado aumento nos grupos etários de 70 anos e mais.


A "Expectativa de Vida" aumenta rapidamente:
Conform figura acima.
Projeções indicam que em 2025 o Brasil terá cerca de 34 milhões de pessoas acima de 60 anos, 10% da população, sendo o país com a sexta maior população de idosos em todo o mundo.
A expectativa de vida do brasileiro atingiu 71,9 anos em 2005. Trata-se de um ganho de dois meses e 12 dias na esperança de vida ao nascer em relação a 2004.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que elaborou a Tábua de Vida 2005, o país foi beneficiado pelo declínio da mortalidade infantil. No Brasil, entre 2000 e 2005, essa taxa caiu 14,3%.
De acordo com o instituto, houve relativa melhora no acesso da população aos serviços de saúde, além de campanhas de vacinação, aumento de pré-natais, alta na escolaridade e no saneamento e a mudança dos indivíduos em relação a enfermidades.
No entanto, 16 Estados ainda estão com esperança de vida abaixo da média nacional.
Entre as unidades da federação, o Distrito Federal tem a maior esperança de vida: 74,9 anos. Já Alagoas ocupa o último lugar com uma esperança média de 66 anos.
O Estado de São Paulo ocupa a quinta posição no ranking , com uma expectativa média de 73,7 anos. O Rio de Janeiro aparece em 11º (72,4 anos)
A região Sul concentra o maior número de Estados com alta expectativa de vida --em Santa Catarina ela é de 74,8 anos. Já a Região Nordeste aparece em última colocada. No Maranhão, por exemplo, a expectativa média de vida é de 66,8 anos.
Os números apresentados tornam-se ainda mais expressivos quando tomamos consciência da relação diretamente proporcional que a doença de Alzheimer mantém com o aumento da idade.
Esses dados são úteis para demonstrar a importância da doença de Alzheimer no nosso meio, alertando os planejadores de saúde.
PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA:
Para os epidemiologistas esta situação espelha um verdadeiro desafio:
há uma verdadeira epidemia de demência emergindo; a carga que os serviços de saúde pública suportam atualmente já é grande; 70 a 80% dos pacientes demenciados vivem em seus domicílios; e a doença de Alzheimer, causa mais comum de demência, é uma doença incurável, de causa desconhecida, cuja prevalência e incidência aumentam dramaticamente com a idade.
No Brasil não há dados objetivos com respeito à doença de Alzheimer, porém é possível, com base em alguns índices, estimarmos a sua freqüência em nosso meio.
Quando se deseja medir a freqüência de uma doença, é necessário que dois dados sejam estabelecidos: os casos já existentes ou antigos (prevalência) e os novos (incidência).
Dá-se o nome de prevalência de uma doença ao número de casos que existam, não importando se novos ou antigos.
Chama-se incidência o número de casos novos de uma doença num determinado período de tempo.
As taxas estimadas de incidência e prevalência para a doença de Alzheimer, de acordo com o Estudo Longitudinal de Baltimore (1958-1978), demonstram que a taxa de incidência aos 60 anos é de cerca de 10%. A taxa dobra a cada 5 anos e ao redor dos 85 anos é nove vezes maior que aos 69 anos de idade. As taxas de prevalência apresentam aumento geométrico a partir dos 60 anos de idade, ultrapassando de 50% aos 95 anos.
Uns dos melhores e mais completos estudos relativos ao cálculo de incidência de demência é o de Hagnell que pessoalmente conduziu uma levantamento estatístico de demências em grande grupo de indivíduos e os reexaminou 10 anos depois.
25 anos depois esse mesmo grupo foi reexaminado por Ojesjo.
Os resultados foram bastante próximos daqueles verificados por Mortiner que,utilizando os dados do Estudo Longitudinal de Baltimore com voluntários idosos, encontrou uma taxa de incidência anual em torno de 1% em pessoas com 65 anos ou mais.
Utilizando esses dados de outros países, com base nas estatísticas populacionais brasileiras do último censo ( IBGE- 2000 ) , estima-se a prevalência da doença de Alzheimer em nosso meio em 1 milhão e 200 mil de pacientes, com a incidência de 100 mil novos casos por ano.


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